DEPUTADAS VISITAM ESTAÇÃO DO MOVE, NO SÃO BENEDITO

PARLAMENTARES DA ASSEMBLEIA VISITAM ESTAÇÃO DO MOVE

Graves problemas no transporte público de passageiros ficaram evidentes no Terminal Metropolitano do Move, do bairro São Benedito. Em visita ao local na noite dessa quinta-feira (26/10), parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) constataram que é grave a situação do transporte metropolitano.

Representando a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, as deputadas Bella Gonçalves (Psol) e Macaé Evaristo (PT) percorreram todo o terminal, acompanhadas de outras autoridades. Elas conversaram com usuários, que fizeram várias críticas à estrutura precária e as deficiências no funcionamento do sistema.

ATRASOS

As principais queixas recaíram sobre os ônibus, em sua maioria velhos, alguns chegando a 18 anos de uso, com problemas no ar condicionado e falhas constantes durante as viagens. Outro gargalo é o número insuficiente de veículos, levando usuários a esperarem até 1 hora para conseguir embarcar e depois, ficarem mal acomodados em ônibus lotados.

A dificuldade se agrava nos fins de semana e feriados ou após 23 horas, quando muitas linhas deixam de operar. Dessa forma, passageiros que chegam ao terminal no Move para pegar outros ônibus até suas casas, muitas vezes são obrigados a ir a pé, devido à interrupção da linha naquele período, de acordo com as parlamentares.

Alguns passageiros reivindicaram ainda a integração de linhas suplementares ao Move, para que, com uma única passagem, possa fazer o percurso de seus bairros até Belo Horizonte.

CONDIÇÕES DA ESTAÇÃO

Mesmo estando com melhor aparência devido a uma reforma recente, o Terminal São Benedito não oferece letreiros com informações on-line dos horários de chegada de ônibus. No local, há banheiros, mas é cobrado o valor de R$ 2 para usá-los, o que também é alvo de reclamações. Diversos usuários disseram que já pagam passagem cara, na faixa de R$ 8 e ainda tem que pagar pelo uso do banheiro.

Outra queixa foi quanto ao uso de catracas duplas que dificultam a entrada de mães com crianças de colo e de obesos, entre outros. Alguns cidadãos de Santa Luzia pediram que fosse instalada cobertura para todo o terminal, já que a pista dos ônibus é aberta.

Alguns presentes disseram que já fizeram reiteradas reclamações ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG) quanto ao funcionamento do terminal e não obtiveram retorno. Da mesma forma, tentaram junto à Rodap, empresa que detém as linhas em Santa Luzia, e não tiveram resposta.

FROTA “VELHA”

O diretor de Fiscalização de Transporte Coletivo da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Diovane Leopoldino, falou em nome do governo. Ele reconheceu que há de fato ônibus com 18 anos de uso, e que a média de idade da frota, que tem 2600 veículos, é de 10 anos. Complementou que aos poucos estão sendo trocados ônibus velhos por mais novos, tanto que em 2023, foram 300 trocas.

Questionado por Bella Gonçalves sobre o monitoramento dos ônibus pela Seinfra, Diovane respondeu que a pasta conta com um sistema de monitoramento de toda a frota. A parlamentar sugeriu uma visita técnica ao local para conhecer seu funcionamento.

Ela ainda perguntou ao gestor sobre a fiscalização sobre a manutenção dos ônibus, ao que ele respondeu que essa responsabilidade era do DER-MG. Diovane lamentou o baixo número de fiscais do órgão para realizar o trabalho na RMBH – apenas 12 fiscais para todas as cidades -, sugerindo sua reestruturação.

Sobre as catracas duplas, Diovane disse que elas reduziram muito a evasão e a vandalização de estações do Move. Se antes a média mensal por cada estação era de 60 a 80 mil passageiros, atualmente, caiu para 20 a 200.  A Estação do Move São Benedito recebe de 27 mil a 30 mil passageiros por dia.

NOVAS VISITAS

Ao final da visita, Macaé Evaristo anunciou providências a serem tomadas. A comissão vai fazer visitas à Seinfra, ao Sintram, ao DER-MG, à Estação Morro Alto do Move. E ainda, uma visita surpresa à Estação Justinópolis do Move.

Bella Gonçalves completou que será encaminhada uma representação ao Ministério Público para que atue junto ao governo no sentido de exigir: a fiscalização da frota da RMBH, apurando falhas de manutenção que provocaram acidentes e danos aos usuários.

Foto: Daniel Protzner/ALMG

 

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