SUSPENSA A REALOCAÇÃO DE TRIBO INDÍGENA VENEZUELANA EM SANTA LUZIA

Está suspensa, temporariamente, a vinda de uma tribo indígena, de origem venezuelana, para Santa Luzia. O objetivo inicial, seria o de realocar cerca de 40 famílias no terreno que pertence ao Estado, localizado no bairro Carreira Comprida, próximo à sede da prefeitura. A informação – confirmada pela nossa reportagem – se deu durante reunião que aconteceu na manhã desta quinta-feira (13/11), no Fórum de Santa Luzia.

Durante o encontro – que contou com as presenças da juíza de Direito, Dra. Elaine de Campos Freitas; do prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho (Avante) e do vice, Ilacir Bicalho – os desembargadores do TJMG, Enéias Xavier e Leopoldo Mameluque, afirmaram que a visita técnica que aconteceria hoje, foi suspensa.

Em entrevista exclusiva ao Virou Notícia, o desembargador Leopoldo Mameluque reconheceu que a estratégia adotada (a de marcar a visita com o pajé da tribo, sem comunicar o prefeito), gerou um desgaste. “Quisemos evitar toda essa problemática de movimentar a comunidade, o município, a Câmara e depois o terreno também não atender, como ocorreu recentemente em Conselheiro Lafaiete. Percebemos que não foi a melhor estratégia e, daqui para a frente, estamos estabelecendo sempre de fazer essa visita antes à municipalidade para evitar esse constrangimento, essa confusão e esse mal-entendido que houve”. O desembargador ainda completou “Nós já avaliamos que aqui é um local que, aparentemente, não atende, mas quem tem que definir isso é a União e a Funai”.

O desembargador Enéias Xavier, garantiu que não há interesse do Tribunal de Justiça em fazer nenhuma imposição. “Importante a gente tranquilizar a população. E é justamente ao contrário, inclusive pela presença nossa aqui. Tivemos uma conversa muito clara e franca com o prefeito e vereadores. Imediatamente, feitas as primeiras ponderações, foi suspensa a visita técnica que ocorreria. Estamos conversando com o Estado para que possamos realocar essas famílias de uma forma que seja boa para elas e para o município. Nós vamos analisar outras possibilidades. O Tribunal vai estar sempre à disposição para ouvir a comunidade”, completou.

“Fomos pegos de surpresa”, afirmou o prefeito Paulo Bigodinho que também falou com a nossa reportagem, após a reunião. “O que mais nos assustou é que não fomos comunicados. Sempre que tem alguma questão relacionada a ocupação, eles têm direcionado pra gente. Hoje, mais de 50% da nossa população é CADúnico (famílias de baixa renda, incluídas em programas assistenciais). A gente já não consegue trabalhar o que a gente já tem, imagina vir pessoas de fora”, disse Bigodinho.

“Dá próxima vez que eles quiserem fazer uma visita aqui na cidade, terá de passar tanto pela prefeitura ou pela Câmara”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, vereador Glayson Johnny. Além dele, também participaram da reunião, a Procuradora-Geral do Município,  Isabelle Fagundes; o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Hélio Queiroz; os vereadores Fernando de Ariston, Paulo Cabeção e Aguinaldo Campos, chefe de gabinete do vereador Tupã do Projeto.

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