SÃO JOÃO DE DEUS – IRMANDADE BUSCA APOIO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO, EM BH

Representantes do hospital São João de Deus e sindicalistas estiveram, nesta quarta-feira (26/3), na superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Na oportunidade, eles foram recebidos por Carlos Calazans, superintendente regional que, ao final do encontro, gravou um vídeo onde informa que já acionou o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público para que tomem as providências cabíveis. “A prefeitura de Santa Luzia está asfixiando o hospital. Não está fazendo os repasses devidos. O fechamento do hospital é mais um caos”, afirmou Calazans.

O Hospital de São João de Deus, deverá encerrar as atividades na próxima segunda-feira (31/3). A informação publicada nessa terça (25), foi passada pelo prior, Frederico Orzil, ao Jornal Leia Agora. “Estamos aguardando a Prefeitura trazer uma nova formatação de contratação. O hospital não tem como atender paciente nenhum. Estamos hoje paralisados. Caso não haja um posicionamento em breve, podemos realmente vir a encerrar totalmente as atividades no dia 31”, declarou Fred ao jornal.

Levantamento realizado pelo Virou Notícia, revela que a última internação no São João de Deus aconteceu há mais de um mês, em 24 de fevereiro. Atualmente, três pacientes estão internadas no hospital. A nossa reportagem também apurou que mais de 700 pacientes tiveram as internações negadas pelo hospital – mesmo com contrato em vigência com o município – sob a alegação da falta de profissionais, de insumos e com valores a receber do município.

Na última reunião realizada entre representantes da irmandade e do executivo luziense, ocorrida na prefeitura, em 14 de março, a proposta apresentada pela prefeitura ao hospital foi descartada, de imediato, pelo Prior. Desde então, de acordo com as nossas fontes, a irmandade não apresentou uma contraproposta e segue aguardando um novo posicionamento da prefeitura. Atualmente, a dívida do município para com o São João de Deus gira em torno de R$ 5,5 milhões.

Na manhã desta quarta-feira (26), tentamos contato telefônico com o prior, mas não conseguimos. Na semana passada, Fred Orzil nos solicitou uma entrevista, agendada para a terça-feira (18), ao vivo, mas que foi desmarcada pela direção do hospital, minutos antes sob a alegação de que naquele momento estariam “com uma situação urgente. Uma reunião complicada”.

PROPOSTA

No documento, emitido pela prefeitura, em 7 de março, foi apresentada uma proposta de arrendamento ou contrato de comodato oneroso, pelo período de 20 anos. O valor mensal do comodato será de R$ 200 mil, corrigidos pelo IGPM. Com isso, a prefeitura assumiria toda a atividade hospitalar do hospital, exercendo a plena gestão, utilizando todos os equipamentos hospitalares instalados.

A prefeitura pretende assumir a totalidade dos encargos com pessoal, fundo de garantia, previdência, férias e encargos decorrentes de eventuais dispensas dos funcionários. (Montante em torno de R$ 4,5 Milhão).

Além disso, a administração pública assumiria também as dívidas com fornecedores e com os médicos. Estimativa de R$ 2,5 Milhão. Na proposta, a prefeitura propõe que todos os créditos do hospital, até o dia 10 de março deste ano, seriam totalmente revertidos a favor da prefeitura. Outra proposta apresentada é a reforma total do prédio anexo ao Casarão, onde está situada a capela que seria disponibilizado para uso exclusivo da Irmandade do Hospital, durante o prazo do comodato.

REPASSE

De acordo com o secretário municipal de saúde, Rodrigo Gazeto, desde a reabertura do hospital, até o momento, já foram repassados pelo município, mais de R$ 146 Milhões. Somente na maternidade, foram mais de R$ 18 Milhões. Maternidade que encontra fechada, assim como o CTI.

 

 

 

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