SETEMBRO AMARELO – O SUICÍDIO MATERNO
|Setembro Amarelo: Um Olhar para o Suicídio Materno
Queridos leitores, neste Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, gostaria de trazer à luz um tema extremamente delicado, porém necessário: o suicídio materno. Como psicóloga clínica, perinatal obstétrica e parental, vejo diariamente o impacto profundo que a maternidade pode ter na saúde mental de muitas mulheres.
A maternidade é frequentemente idealizada como um momento de plena felicidade, mas a verdade é que ela também pode ser acompanhada de grandes desafios emocionais e psicológicos. O período pós-parto, em especial, traz uma série de transformações físicas, mentais e sociais que podem ser extremamente difíceis de lidar. Muitas mulheres enfrentam sentimentos de solidão, exaustão e a pressão de corresponder à expectativas irreais sobre o que significa ser mãe. Em alguns casos, essa sobrecarga emocional pode evoluir para uma depressão pós-parto severa, e, infelizmente, pensamentos suicidas podem surgir.
Ao longo dos meus anos de atuação, percebo o quanto as mães muitas vezes relutam em pedir ajuda, temendo ser vistas como “fracas” ou “incapazes”. Vivemos em uma sociedade que cobra da mulher uma força inabalável, mesmo quando ela está lidando com o que pode ser um dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Precisamos compreender que a saúde mental materna é algo que merece atenção, carinho e cuidado.
Sinais como tristeza profunda, irritabilidade constante, insônia, perda de interesse por atividades cotidianas, e, principalmente, pensamentos recorrentes de morte, não podem ser ignorados. Falar sobre isso abertamente, sem julgamentos, é fundamental para que essas mulheres sintam que não estão sozinhas.
Eu convido você, leitor, a ser um agente de mudança. Se conhece uma mãe que está passando por dificuldades, pergunte como ela está. Escute com empatia. O simples ato de oferecer suporte, seja emocional ou prático, pode fazer uma diferença imensa. Como profissional da saúde mental, eu sei o quanto esse acolhimento pode ser transformador. Não subestime o poder de estar presente e de ouvir com atenção.
Além disso, é essencial que a mãe saiba que buscar ajuda especializada, como a de um psicólogo ou psiquiatra, não é motivo de vergonha. Pelo contrário, é um ato de coragem e autocuidado.
Queridos leitores, o suicídio materno ainda é uma realidade silenciada. Durante este Setembro Amarelo, peço que tenhamos um olhar mais atento e cuidadoso para as mães ao nosso redor. Elas precisam de apoio, de compreensão e, muitas vezes, de cuidados especializados para atravessar os desafios emocionais que a maternidade pode trazer.
Se você, que está lendo este artigo, é mãe e está enfrentando momentos difíceis, quero que saiba que você não está sozinha. Pedir ajuda é um sinal de força. Sua vida importa e merece ser vivida plenamente.
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Cristina Silva – Psicóloga Clínica e de Mães / CRP-04/30594
Instagram: @psicologacristinasilva – Contato (Whatzapp): (31) 98350-9020