CASO IAN HENRIQUE – PAI E MADRASTA OUVIDOS EM OUTRO PROCESSO

Esse processo é anterior à agressão que causou a morte de Ian, em 2023

Durou cerca de 20 minutos o interrogatório de Marcio da Rocha de Souza, pai do menino Ian Henrique Rocha. Ele é acusado de ter sido omisso ao presenciar agressões contra o seu filho, entre os dias 13 e 15 de maio de 2022. As agressões resultaram em hematoma no rosto e sangramento no ouvido do menino.

O pai foi ouvido nessa sexta-feira (28/11) em audiência de instrução na 11ª Vara Criminal de Belo Horizonte, que apura os crimes de lesão corporal contra a criança. Ele disse que nunca bateu no filho e que não viu nenhum tipo de agressão por parte de outra pessoa, especialmente da sua companheira Bruna Cristine. Falou ainda que a madrasta nunca tratou a criança de forma diferente quando ele estava em casa e na presença de outros.

Relatou que a possível lesão no ouvido da criança poderia ter sido causada por um cotonete, segundo informação dada pela própria madrasta. O pai afirmou também que trabalhava demais, não ficava em casa e que nunca soube, por intermédio inclusive de outras pessoas, que seu filho era agredido. Por fim, falou que sempre recebia vídeos da madrasta cuidando bem de Ian, dando comida e banho quando ela ficava com o menino. Afirmou que não sabe explicar porque nunca percebeu que seu filho, em algum momento, era agredido por Bruna.

A madrasta da criança, Bruna Cristine dos Santos,também foi interrogada. Ela disse que nunca agrediu a criança e que só ficou sabendo das lesões no ouvido do menino, depois que o pai voltou do hospital com o filho. Disse que o pai afirmou que a criança havia caído e se machucado, sendo esse o motivo também do hematoma no rosto dele. Afirmou que Marcio não tinha emprego fixo e raramente trabalhava e, que por isso, ela cuidava muito pouco do Ian. Falou que o pai não tinha paciência, era agressivo e sempre batia no filho com chinelo e com a própria mão e que, “agora que a criança morreu, foi ela, a madrasta, que virou um monstro”.

Esse esse processo é anterior à agressão que causou a morte de Ian, em 2023. Os dois são acusados agora pelo crime de LESÃO CORPORAL. Duas testemunhas também foram ouvidas e o juiz da 11ª. Vara Criminal, José Xavier Magalhães Brandão, fixou o prazo de 10 dias para as alegações finais da defesa e da acusação. Depois disso, o magistrado pode sentenciar o processo condenando ou absolvendo os réus, sem ser possível saber quando essa decisão será tomada.

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