Convênio com a Copasa
|Audiência Pública na Câmara foi marcada por cobranças e transferências de responsabilidades
A Comissão de Política Urbana, Rural e Habitação da Câmara, realizou nesta quarta (17) uma Audiência Pública, na Casa, para tratar de assuntos relacionados ao convênio de cooperações entre Santa Luzia e o Estado de Minas Gerais, com a interveniência da COPASA.
O que se viu, durante boa parte da audiência, foi uma espécie de “jogo de empurra”, uma transferência de responsabilidades, por parte dos representantes da Copasa. Chegaram a gastar o tempo para darem exemplos da região da Izidora, de Contagem, da Pampulha. Quando o assunto deveria ser especificamente SANTA LUZIA. Faltou uma cobrança maior por parte de alguns vereadores, que apenas assistiram calados às explicações vazias. Não exerceram o papel de “legítimos representantes do povo“.
TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADES
O diretor de Operações da Região Metropolitana da Copasa Rômulo Thomaz Pirrifi, quando questionado sobre alguns problemas que os moradores enfrentam, com relação à concessionária, esquivou e chegou a alegar que a população usa o esgoto como lixo. “Drenagem e lixo não é problema da Copasa”. O diretor, por diversas vezes, reafirmou que vários problemas no município, relacionados à empresa, é de responsabilidade da prefeitura, ou do munícipe e/ou dos empreendedores. ” A Copasa não aprova lote”, disse.
Rômulo disse ainda que a proposta da empresa é de universalização do serviço ” Todo o cidadão de Santa Luzia, tem que ter água tratada e esgotamento sanitário até o final da concessão. Temos dificuldades enormes, sabemos disso. O município também tem que fazer o dever de casa”, disse.
PRAZO
Sobre a universalização do serviço, a vereadora Luiza do Hospital indagou sobre o prazo. Rômulo disse que a proposta está pronta e irá enviar para a Câmara. “Nosso desafio é a coleta desse esgoto”, disse.
COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO
Sandro Coelho, interpelou o representante da Copasa com relação à coleta de esgoto em Santa Luzia. “Tive acesso a uma documentação do MP, e deu para perceber que a Copasa deixou a desejar”, alegou. Ainda segundo Coelho, o munícipe paga 100% na conta do serviço de coleta de esgoto e muitos não tem esse serviço.
Sandro lembrou também sobre a empresa contratada pela Copasa para realizar serviço de recapeamento. “Essa prestadora de serviço faz um serviço de manhã, e de tarde, tá estragado. Foram cinco pedidos para arrumar um mesmo problema, na rua Itamarati, por exemplo. O serviço não tem qualidade”, afirmou.
O superintendente da Copasa, José Portela, confirmou que todo o custo da Copasa vai para a tarifa, inclusive o que a empresa paga para as empreiteiras. “Tudo vai no custo final. A conta chega para todos”, disse.
RESPOSTAS
O gerente Distrital da Copasa, Vicente de Paula, garantiu que todas as informações não respondidas na audiência pública, serão repassadas para todos os vereadores até a próxima semana.
PROPAGANDA ENGANOSA
Márcio Ferreira alegou que durante o contrato da Copasa com Santa Luzia, pouca intervenção foi realizada. ” Em meados de 2000, a Copasa afirmou que faria uma Estação de Tratamento de Esgoto no bairro Imperial, isso até hoje não foi feito”, cobrou. Ferreira lembrou das propagandas veiculadas na mídia. Segundo ele, não retrata a realizade.”A cidade de Santa Luzia não pode mais ficar prejudicada. A Copasa faz de conta que acontece e não faz a sua obrigação aqui em Santa Luzia. Gostaria de ver a diretoria da Copasa agindo como age em Belo Horizonte. Tem que respeitar o povo de Santa Luzia”, disse.
VEREADOR REVOLTA, DEIXA PLENÁRIO E VAI PARA A GALERIA
O vereador Adriano do São Cosme, se retirou do plenário, alegando que a Audiência Pública estava “direcionada” apenas para quem enviou ofício. “Informei ao presidente da comissão que estava me retirando por entender que a maneira que a audiência estava sendo conduzida não era a melhor. Por conta disso, me dirigiu à galeria para então, ter o direito de fazer uma pergunta, como munícipe e não como vereador”, desabafou Adriano.
AUSÊNCIAS
O presidente da OAB 100a. Subseção Santa Luzia, Francisco Massara Gabrich lamentou as ausências de representantes da prefeitura de Santa Luzia na audiência pública. ” Apesar da presença do Dr. Lúcio, me assusta as ausências. Deveria estar aqui o pessoal do meio ambiente, do planejamento, enfim. Acho que a prefeitura não está dando a devida atenção a esse assunto. Por fim, quero ressaltar que o Ministério Público está muito atento a este contrato”, finalizou.
USO DA TRIBUNA
Alguns moradores se inscreveram para fazer perguntas. A maioria, questionou sobre os reparos, a falta de coleta de esgoto e a falta de informações por parte da empresa. O superintendente José Portela, chegou a afirmar que as colocações dos moradores são “corriqueiras” e que poderiam ser respondidas na Copasa, ou através de ofício. Uma tentativa de “manobra” para que outros moradores não usassem a tribuna. “Temos outro compromisso, vamos chegar atrasados e também estamos com fome”, alegou. O presidente da comissão, vereador Vágner Guiné, rebateu.” Os moradores estavam inscritos e aguardavam para falar desde às 10h. Vamos ouví-los sim”, garantiu.
Todos os inscritos tiveram a garantia de fala e expuseram os problemas.
ENCAMINHAMENTOS
Os representantes da Copasa se comprometeram a enviar para a Câmara, até a próxima semana, todos os documentos que comprovam os serviços prestados no município que foram mencionados pelos vereadores.
ENQUANTO ISSO…
O representante da Copasa afirmou que em junho acontecerá um evento, promovido pela empresa, para verificar a qualidade da água que chega em Santa Luzia.
CONTRATO VENCIDO
O contrato da Copasa com a cidade de Santa Luzia (concessão anterior foi de 30 anos) venceu em 2012. A empresa continua prestando serviço no município sem que um novo contrato fosse assinado.
A concessionária garantiu que atualmente, 70% dos domicílios na cidade são contemplados com a coleta de esgoto.
Para reclamações, a Copasa disponibiliza o telefone: 115
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