EX-PREFEITA CONDENADA A 36 ANOS DE PRISÃO

A ex-prefeita de Santa Luzia, Roseli Ferreira Pimentel, foi condenada pela Justiça, em 1ª instância, há 36 anos de prisão, em regime fechado, por corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Além de Roseli, o empresário Paulo Eduardo Berbert Lopes e Efraim Dias (ex-marido de Roseli), também foram condenados. Paulo a 29 anos e 10 meses e Efraim a 21 anos de prisão. Todos responderão em liberdade e a decisão cabe recurso.
O advogado de Roseli, José Sad, disse, em nota, que já recorreu da decisão e que “todas as questões relacionadas à sentença serão discutidas no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais”.
Já o advogado de Efraim, Geraldo Roberto Gonçalves, disse que “ele está pagando, única e exclusivamente, por ter sido na época dos fatos o companheiro de Roseli”.

DENÚNCIA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS ajuizou a presente ação penal em desfavor de PAULO EDUARDO BERBERT LOPES, EFRAIM SILVA DIAS e de ROSELI FERREIRA PIMENTEL alegando, em síntese, que entre
novembro de 2015 e dezembro de 2016 os senhores Carlos Alberto Parrilo Calixto, Roseli Pimentel, Efraim Dias e Paulo Eduardo Berbert Lopes, de forma livre, consciente e voluntária associaram-se para o fim
específico de cometer crimes.

Destaca que, no final do ano de 2015, o então prefeito Carlos Alberto Parrilo Calixto, promoveu reunião com pessoas ligadas ao empresário Paulo Eduardo Berbet Lopes e a então vice-prefeita Roseli Ferreira Pimentel, com o objetivo de solicitar vantagem indevida de aproximadamente um milhão de reais em benefício da então vice-prefeita Roseli Ferreira Pimentel, valor que seria utilizado para a aquisição de uma casa.
Naquela ocasião Paulo Eduardo ofereceu e prometeu a realização da entrega dos valores solicitados, o que foi aceito pela acusada Roseli.

De acordo com a denúncia, após a morte de Calixto, Roseli Pimentel assumiu a prefeitura, em 2016, quando Roseli  e recebeu cerca de R$ 1,1 milhão do empresário do ramo imobiliário Paulo Eduardo Berbert Lopes, em troca de licenças ambientais em benefícios de empreendimentos dele. O objetivo era agilizar o processo da obra.
Os dois teriam firmado o pagamento forjando um empréstimo, em um contrato sem assinatura de testemunhas, sem reconhecimento de firma e sem registro em cartório. Esses indícios, para o MPMG, demonstravam se tratar de um documento fraudulento.
Além disso, a empresa que concedeu esse empréstimo era de Paulo Eduardo  (TOSCANA EMPREENDIMENTOS) que não costumava realizar este tipo de transação com pessoas físicas. A empresa era ainda cotista das construtoras que receberam o benefício ambiental da Prefeitura de Santa Luzia.

LAVAGEM DE DINHEIRO

De acordo com o processo, Roseli e Efraim compraram uma casa, de cerca de 700 m², com três pavimentos, com quadra, piscina e área de lazer, no bairro Santa Mônica, na parte alta de Santa Luzia, no valor de R$ 1,3 milhão, para lavar o dinheiro.
O MPMG aponta que os pagamentos foram realizados em Belo Horizonte e em diferentes depósitos, feitos em dinheiro vivo. De acordo com o processo, o casal tentou disfarçar a coincidência entre os valores pagos na propina e na quitação do imóvel.
Os valores pagos não condiziam com o patrimônio do casal. A transação era considerada suspeita até mesmo pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Ainda de acordo com a denúncia, Roseli se encontrou com o empresário Paulo Eduardo seis vezes ao longo do ano de 2016 no escritório dele em Belo Horizonte para pegar as parcelas da propina. Os encontros eram fora do horário de expediente.
A propina era paga em dinheiro vivo e entregue a Roseli por meio de uma sacola retornável de supermercado. O dinheiro era entregue ao corretor, que repassava à antiga proprietária do imóvel que o casal havia adquirido na parte alta de Santa Luzia.
A partir de agosto de 2016, entretanto, começou a circular nas redes sociais entre os moradores de Santa Luzia que Roseli havia comprado o imóvel com dinheiro de propina. Para disfarçar o esquema, o pagamento foi atrasado e o dinheiro passou a ser repassado por envelopes pardos.
Em dezembro, Roseli forjou um contrato de venda do imóvel para a empresa em nome do empresário Paulo Eduardo, como forma de dificultar o rastreamento dos crimes.

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