Operação “Batismo de Fogo”
|Militares do 35o. Batalhão (PM), juntos com representantes do Ministério Público (MP), cumpriram, na manhã dessa segunda (7/8), vários mandados de busca e apreensão, em Santa Luzia. Os mandados foram expedidos pela juíza de Direito, Dra. Arlete Aparecida da Silva Coura.
A vereadora Emilia Alves da Cruz (PSB), atual 1a. Secretária da Câmara e o marido Wanderson Alves da Cruz, além de Abrahão Carolino dos Santos – assessor parlamentar da vereadora – tiveram as prisões temporárias decretadas e estão à disposição da justiça.
Nas residências dos suspeitos foram apreendidos diversos celulares, notebooks, tablet´s, pendrive´s, HD´s externos e documentos. Já na Câmara Municipal, alguns documentos foram levados por representantes do MP, como folhas de ponto, pastas funcionais da vereadora e de servidores.
Além disso, cinco pessoas – todas elas ligadas ao mandato da vereadora Emília – foram conduzidas, de forma coercitiva, para a sede do Ministério Público de Santa Luzia para prestarem esclarecimentos. São elas: Aline Batista da Cruz, Geralda Aparecida Rosa dos Santos, Carlos Caetano do Carmo, Fernando Eustáquio Gomes Prudêncio, Sara Alves de Sousa Santos.
Nota emitida pelo MP
De acordo com o Ministério Público, houve desvio de recursos públicos em benefício de uma organização não governamental, com o objetivo de compra de votos, utilização de servidores e verbas públicas para fins privados, voltados à promoção pessoal e política da parlamentar.
Ainda segundo o MP, os envolvidos viabilizaram a contratação e a remuneração de servidores pela Câmara Municipal de Santa Luzia mas, na realidade, estes funcionários nunca prestaram qualquer serviço ao Poder Público. De fato, eles eram empregados de uma associação comunitária no bairro Baronesa e trabalhavam em prol de interesses privados da vereadora, desempenhando papel de cabos eleitorais durante o ano eleitoral de 2016, bem como, desde o segundo semestre de 2014, atividades de assistencialismo.
Após prestarem depoimento aos promotores de Justiça responsáveis pelas investigações, a vereadora Emilia Alves foi encaminhada para Belo Horizonte e outros três suspeitos foram levados para para o presídio de Santa Luzia, no Palmital.
Além da responsabilização criminal, cujas penas podem variar entre cinco e 25 anos de prisão, os autores serão acionados pelo MPMG para o ressarcimento dos valores desviados dos cofres municipais de Santa Luzia, estimados em R$ 300 mil bem como para que arquem com as sanções decorrentes de atos de improbidade administrativa, que podem implicar em perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais.