CASO IAN HENRIQUE – PAI E MADRASTA CONDENADOS

Casal  foi condenado por homicídio e retornam para a prisão

Terminou na madrugada desta quinta-feira (12/12) o julgamento de Márcio de Rocha de Souza e Bruna Cristine dos Santos, respectivamente pai e madrasta do pequeno Ian Henrique Almeida Cunha, assassinado em 2023 com apenas dois anos de idade, após levar uma série de golpes na cabeça.

Pouco depois da uma da manhã, o juiz do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Michel Curi e Silva, proferiu a sentença condenando os réus pelo assassinato da criança.

Márcio (pai de Ian) foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio qualificado duas vezes (torpe e contra menor de 14 anos).

Bruna (madrasta da vítima) foi condenada a 35 anos de reclusão, em regime fechado, por homicídio qualificado 4 vezes (torpe, meio cruel, com recurso que dificultou a defesa e contra menor de 14 anos).

INTERROGATÓRIOS

Bruna, a madrasta do menino, afirmou que não praticou o crime. Imputou as agressões ao pai da criança. Disse que não foi a primeira vez que o menino Ian tinha sido agredido pelo pai. Lembrou que o Márcio já havia batido na cabeça do filho com uma vassoura e que, nessa vez, a criança precisou ser levada para o hospital.

Que no dia do crime, o menino Ian tinha feito xixi na cama e que, por isso, o pai acordou a criança e o agrediu. Que ela pegou a criança no colo e o Marcio arrancou o menino dos braços dela e o jogou no chão. Logo depois, deu um empurrão na criança. Disse que então, nervosa, foi para o outro quarto chorando. Falou que o menino não ficou desacordado com a queda e não mostrou nenhuma debilidade naquele momento. Que, em outro momento, ela mostrou ao Marcio que a criança tinha um galo na cabeça por causa das agressões dele. O homem então disse que não era pra se preocupar e que falaria pra mãe da criança que o menino tinha sofrido uma queda, motivo do inchaço. Disse que depois ainda identificou um novo hematoma, agora na testa do Ian.

Relatou que ao longo da noite, a criança vomitou por duas vezes. Que colocou a criança na cama pra dormir com ela, acordou à noite e percebeu que o menino estava convulsionando. Que chamou o pai e ligou para o SAMU relatando a situação, mas o Márcio mandou que ela desligasse porque ele mesmo iria levar a criança para o serviço de urgência.

No hospital, questionado pela médica sobre o que tinha ocorrido, Marcio disse que não sabia o que havia acontecido porque estava trabalhando e chegou em casa já com o filho passando mal. Diante da polícia, ela não quis prejudicar o namorado e disse que a criança tinha escorregado no chão de casa que estava cheio de gordura.

No interrogatório na Justiça, ela reafirmou diversas vezes que, em nenhum momento, agrediu a criança. Disse que querem colocar a culpa nela como sendo a madrasta má.

Já o pai de Ian Henrique, Márcio, disse que saiu de casa para ir trabalhar como garçom na noite do crime e que, em determinado momento, recebeu mensagem da namorada dizendo que o filho dele e a filha dela sofreram um choque, uma batida entre os dois, em casa. Que saiu de casa às 18h20 e retornou às 4h da madrugada. Disse que não ouviu o áudio enviado pela namorada na íntegra, mas escutou a parte de que o filho estava vomitando. Achou que o mal-estar fosse por algo que a criança tinha comido.

Marcio afirmou que não teve conhecimento de nenhum detalhe da agressão e que só ficou sabendo pelos médicos no hospital das múltiplas fraturas no crânio da criança.

O pai se emocionou (chorou) em plenário ao lembrar que brincava muito com o filho, jogavam futebol juntos e tratava a criança sempre com carinho nos dias que ficava com ele. Disse que não é verdade os depoimentos de testemunhas de que ele era agressivo com o Ian.

Em janeiro de 2023, Ian Henrique Almeida Cunha, dois anos, deu entrada no Hospital João XXIII, com lesões na cabeça. Ele morreu em função de traumatismo craniano.

Share

Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *